quarta-feira, 7 de julho de 2010

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Ele não existe em nenhum mapa oficial e não tem como saber como podemos chegar até ele. Mas, de acordo com alguns estudiosos, o Triângulo das Bermudas é um lugar que realmente existe e onde dezenas de navios, aviões e pessoas desapareceram sem qualquer tipo de explicação racional. Desde que uma revista usou pela primeira vez a frase "Triângulo das Bermudas", em 1964, esse mistério tem atraído a atenção de todos. No entanto, ao pesquisar a maioria das casos a fundo, eles se tornam muito menos misteriosos. Geralmente os desaparecidos nunca estiveram na área do Triângulo, ou acabaram sendo encontrados ou há uma explicação razoável para o desaparecimento.

Isso quer dizer que não há nada de coerente nas alegações de que tantas pessoas tiveram experiências estranhas no Triângulo das Bermudas? Não necessariamente. Os cientistas já documentaram desvios de padrão na área e encontraram algumas formações interessantes no leito oceânico dentro da região do Triângulo das Bermudas. O que significa que para aqueles que querem acreditar, há bastante lenha para a fogueira.

Neste artigo, vamos olhar os fatos mais conhecidos deste lugar e também algumas das histórias mais contadas. Além disso, vamos explorar as teorias bizarras que falam de alienígenas e portais do espaço, além das explicações mais mundanas.

Muitos pensam no Triângulo das Bermudas, também conhecido como Triângulo do Diabo, como uma área "imaginária". O Board of Geographic Names (Comissão de Nomes Geográficos) dos EUA não reconhece a existência do Triângulo das Bermudas e não possui um arquivo oficial sobre ele. No entanto, dentro dessa área imaginária, muitos navios de verdade e as pessoas que estavam a bordo deles parecem ter desaparecido sem deixar explicações.

O Triângulo das Bermudas fica próximo à costa do Sudeste dos Estados Unidos, no Oceano Atlântico, e suas extremidades atingem as proximidades de Bermuda, Miami, Flórida e San Juan, em Porto Rico. Ele cobre cerca de 1,295 milhão de quilômetros quadrados.

A área pode ter recebido esse nome por causa de sua extremidade que fica próxima à Bermuda, que já foi conhecida como a "Ilha dos Demônios". Nas redondezas desse país, há recifes traiçoeiros que encalham barcos que navegam nas proximidades.

Qual é o mistério?

Nos últimos 100 anos, o Triângulo das Bermudas foi o local onde aconteceu um número absurdo e significativamente alto de desaparecimentos inexplicaveis de aviões, navios e pessoas. Alguns relatórios dizem que até 100 navios e aviões desapareceram na área, com mais de mil vidas perdidas. A guarda costeira dos EUA. no entanto, alega que a área não tem um número incomun de incidentes.

Em 1975, Mary Margaret Fuller, editora da revista "Fate", entrou em contato com a Lloyd, de Londres, para saber as estatísticas de pagamentos de seguros por incidentes que haviam ocorrido dentro dos limites do Triângulo. Ela descobriu que, de acordo com os registros da Lloyd, 428 navios sumiram no mundo todo entre 1955 e 1975, não havendo nenhuma incidência maior de eventos no Triângulo das Bermudas do que no resto do mundo.

Gian J. Quasar, autor de "Into the Bermuda Triangle: pursuing the truth behind the world's greates mystery" (Dentro do Triângulo das Bermudas: em busca da verdade por trás do maior mistério do mundo) e diretor do Bermuda-triangle.org, alega que esse relatório "é completamente falso". Ele diz que devido ao fato da Lloyd não segurar veículos pequenos como iates e normalmente não oferecer seguros para pequenos barcos alugados ou aviões particulares, seus registros não podem ser levados totalmente em consideração. Além disso, ele também diz que os registros da guarda costeira, publicados anualmente, não incluem "navios desaparecidos". Ele solicitou os dados sobre "veículos marítimos que não retornaram" e recebeu (após 12 anos solicitando) registros de 300 barcos desaparecidos/atrasados nos dois anos anteriores. E não se sabe se estes embarcações acabaram retornando. Sua página na internet possui a lista destas embarcações (em inglês).

O banco de dados da NTSB (Comissão Nacional de Transportes e Segurança) indica (de acordo com Gian J. Quasar) que somente umas poucas aeronaves desapareceram sobre a costa da Nova Inglaterra nos últimos 10 anos, enquanto mais de 30 casos desses ocorreram no Triângulo das Bermudas.

O mistério do Triângulo provavelmente começou com o primeiro desaparecimento a tomar um bom espaço na mídia, em 1945, quando cinco aviões Avengers da marinha norte-americana desapareceram na área. Embora o motivo do desaparecimento originalmente tenha sido definido como "erro do piloto", os familiares do piloto que liderava a missão não aceitaram que ele havia cometido aquele tipo de erro e acabaram convencendo a marinha a mudar o veredito para "causas ou razões desconhecidas".

Mas o mito do Triângulo ganhou evidência após o repórter E. V. W. Jones ter compilado uma lista de "desaparecimentos misteriosos" de navios e aviões na região que se estende entre a costa da Flórida e de Bermuda. Dois anos depois, George X. Sand escreveu um artigo para a revista "Fate" com o título "Mistério marítimo na porta do nosso quintal". O artigo falava sobre uma "série de estranhos desaparecimentos marítimos, os quais não deixavam qualquer tipo de rastro, que ocorreram nos últimos anos" em um "triângulo sobre o mar cujas fronteiras são as proximidades da Flórida, Bermuda e Porto Rico".

Conforme mais incidentes iam ocorrendo, a reputação do lugar aumentava e eventos antigos eram analisados novamente e somados à lenda. Em 1964, a revista "Argosy" batizou o triângulo em um artigo com o nome de "O letal Triângulo das Bermudas", de Vincent Gaddis. O slogan da revista que dizia ser "sobre ficção", não impediu que o mito se espalhasse. E, então criaram-se mais artigos, livros e filmes, cada um sugerindo uma nova teoria que ia de abduções alienigenas a polvos gigantes.

Desaparecimentos Famosos

Muitas páginas da internet sobre o Triângulo das Bermudas incluem grandes listas de navios e aviões desaparecidos. Mas a verdade é que muitos deles não estavam nem um pouco próximos ao Triângulo quando desapareceram, ou reapareceram posteriormente com explicações perfeitamente racionais para os seus desaparecimentos. Por exemplo, o Mary Celeste, encontrado flutuando em 1872 sem nenhuma pessoa à bordo e com tudo exatamente da maneira como as pessoas tinham deixado, está em todas as listas de desaparecimentos atribuídos ao Triângulo das Bermudas. Mas a verdade é que esse incidente ocorreu a centenas de quilômetros do Triângulo.

Aqui vai uma amostra de alguns dos incidentes mais notáveis. Como você vai poder comprovar, alguns deles têm explicações razoáveis, mas ainda assim continuam sendo atribuídos aos poderes ocultos e estranhos da área.

O navio U.S.S. Cyclops, 1918

Durante a Primeira Guerra Mundial, o U.S.S. Cyclops servia na costa Leste dos EUA até 9 de janeiro de 1918. Ele havia sido designado para o Serviço de Transporte Naval. O Cyclops teria de viajar até o Brasil para reabastecer navios britânicos no Sul do oceano Atlântico. Ele partiu do Rio de Janeiro em 16 de fevereiro e, após uma rápida parada em Barbados, entre 3 e 4 de março, nunca mais foi visto. Todos as 306 pessoas, entre passageiros e tripulação, desapareceram sem deixar rastro.

Imagem cedida New York Navy Yard/Navy Historical Center
O USS Cyclops ancorado no rio Hudson em 3 de outubro de 1911


Funcionários do Ministério da Marinha ficaram perdidos, já que nenhuma tempestade foi registrada na área do desaparecimento. E também não houve destroços encontrados ou pedidos de socorro transmitidos pelo equipamento potente do Cyclops. De acordo com Marshall Smith, que escreveu um artigo publicado na "Cosmopolitan", em setembro de 1973, as "teorias variavam de um mar revolto até coisas como uma explosão na caldeira que destruiu o equipamento de rádio e impediu qualquer pedido de socorro". Mas a teoria mais bizarra é a de que um polvo gigante prendeu o navio com seus tentáculos e o arrastou para o fundo do oceano.

Aviões Avengers da Marinha Americana, vôo 19, em 1945

A história mais famosa do Triângulo das Bermudas, sem dúvida, é o mistério que cerca o desaparecimento de cinco aviões Avengers da marinha em 1945. A história do vôo 19 costuma ser resumida assim: uma patrulha de rotina partiu em um dia ensolarado com cinco pilotos muito experientes. De repente, a torre começou a receber transmissões do líder do vôo alegando que estavam perdidos, que as bússolas não funcionavam e que "tudo parecia errado". Depois disso, eles nunca mais foram vistos e investigações posteriores da marinha não tiveram nenhum sucesso em explicar o incidente.


Imagem cedida U.S. Naval Historical Center
(Centro histórico naval norte-americano)
Um Grumman TBF Avenger da marinha americana


O Tenente Charles C. Taylor era quem liderava a missão, que incluía várias mudanças de rota planejadas. Os aviões partiram às 13h15 do dia 5 de dezembro de 1945. Às 15h, o tenente Robert F. Cox estava sobrevoando a cidade de Fort Lauderdale, na Flórida, quando ouviu um sinal que pensou vir de um barco ou avião em perigo. Então, ele chamou o serviço de operações da Estação Aérea da Marinha para contar o que tinha acabado de ouvir. Cox mandou Taylor viajar com o sol em direção à sua asa esquerda pela costa até que atingisse Miami. Taylor respondeu que seu grupo estava sobrevoando uma pequena ilha e que só viam mar por todos os lados. No entanto, se ele estivesse sobre os recifes da Flórida, como havia dito que estava, deveria ter visto várias ilhas e a península.


Com menos de duas horas de vôo até que acabasse o combustível, Taylor descreveu uma grande ilha para o serviço de operações da marinha. Se presumirmos que se tratava da Ilha de Andros, a maior nas Bahamas, o serviço de operações enviou diretrizes que o levariam diretamente para Fort Lauderdale. E aparentemente estas diretrizes estavam corretas, já que após terem tomado o novo rumo, a voz de Taylor começou a ficar mais forte no rádio. Mas o problema foi que Taylor não acreditou que esse rumo estivesse correto e, após alguns minutos, disse que eles não se afastaram muito do Leste. Contornaram novamente e seguiram para o Leste. Com essa manobra, as transmissões começaram a perder força como resultado de voarem na direção errada e saírem do alcance do rádio. Por razões ainda desconhecidas, Taylor ignorou o procedimento padrão de vôo que mandava para Oeste quando estivessem sobre a água e para o Leste quando estivessem sobre o solo.

Dois hidroplanos PBM-5 dos fuzileiros navais foram fazer buscas na área, mas um explodiu logo após a decolagem. O outro não conseguiu localizar o vôo 19. Ex-pilotos interrogados por Michael McDonnel para um artigo da "Naval Aviation News", em junho de 1973, disseram que um Avenger tentando efetuar um pouso forçado sobre o mar aberto durante a noite, muito provavelmente não resistiria ao impacto. O avião provavelmente se despedaçou com o impacto e quaisquer tripulantes que tivessem sobrevivido à colisão não durariam muito na água gelada, sob fortes ventos.


Casos recentes

Nos dias de hoje, em que a orientação por GPS é muito utilizada, é difícil imaginar que um navio ou avião possam realmente desaparecer. Mas isso não quer dizer que não houve alguns desaparecimentos recentes atribuídos ao Triângulo das Bermudas:

  • DC-3 N407D, sumiu em 21 de setembro de 1978
  • Fighting Tiger 524, sumiu em 22 de fevereiro de 1978
  • Beechcraft N9027Q, desaparecido em 11 de fevereiro de 1980
  • Ercoupe N3808H, sumiu em 28 de junho de 1980
  • Beech Bonanza, sumiu em 5 de janeiro de 1981
  • Piper Cherokee N3527E, desaparecido em 26 de março de 1986
  • Grumman Cougar Jet, último contato realizado em 31 de outubro de 1991
  • o barco a motor Jamanic K, desaparecido quando ia de Cape Haitian para Miami, em 20 de março de 1995
  • o barco a motor Genesis, que sumiu no caminho de Port of Spain, em Trinidad, para St. Vincent, em 21 de abril de 1999
  • Cessna 210, desapareceu do radar quando ia de Freeport a Nassau, em 14 de junho de 1999

sábado, 8 de novembro de 2008

O que houve com a Arca Perdida?



Segundo a Bíblia, a Arca da Aliança é o meio pelo qual Deus falou a Moisés e aos israelitas.

No popular filme, Em busca da arca perdida, um tenaz arqueólogo chamado Indiana Jones luta contra os nazistas e os seus corruptos competidores para recuperar a verdadeira arca da aliança. A película é já um clássico do gênero de aventura, mas deixou muita gente fazendo-se algumas perguntas: o que é a Arca da Aliança e tem esses poderes que dizem? O que lhe aconteceu realmente?

A história da Arca começa na Bíblia. No livro do Êxodo, depois que os hebreus deixam Egito, Deus deu instruções a Moisés sobre como fabricar a Arca:

Faça com que fabriquem um cofre de madeira de acácia, de dois côvados e meio de comprimento, um côvado e meio de largura e um côvado e meio de altura. Forra-o com ouro puro, tanto por dentro como por fora, e faça um molde de ouro ao seu redor. Forja quatro anéis de ouro para ela e prega-os nos seus quatro pés, com dois anéis em um lado e dois noutro. Logo faça paus de madeira de acácia e forra-os com ouro. Introduz os paus nos anéis dos lados do cofre para transportá-lo. Os paus devem ficar nos anéis da arca; não devem ser retirados.

Ninguém sabe hoje exatamente de que madeira de árvore "acácia" estava feita (ainda que alguns especulem que poderia ser cedro) mas as instruções claramente ordenam que deve ser usada para fabricar uma caixa com medidas modernas equivalentes a 1,2 metros de comprimento e 0,6 metros de largura e de altura. Os paus eram introduzidos nos anéis de cada lado da arca para poder assim ser transportada de um lugar a outro pelos sacerdotes. Em outra passagem há instruções sobre a tampa da arca, conhecida como "o assento da piedade":

Faça uma cobertura de expiação de ouro puro, de dois côvados e meio de comprimento e um côvado e meio de largura. E faça dois querubins de ouro batido nos extremos da tampa. Faça que um querubim olhe para o outro; faça o querubim de uma peça com a tampa, aos dois extremos. O querubim há ter as suas asas estendidas para cima, cobrindo a tampa com elas. Os querubins devem olhar um para o outro, observando a tampa.

Enquanto Moisés e os israelitas estavam acampados durante o seu êxodo pelo deserto, a Arca era guardada num tabernáculo de viagem que construíram, em uma seção conhecida como "o sanctasanctórum". Era ali onde Moisés e os sacerdotes falariam com Deus para que lhes desse instruções. Na Bíblia Deus diz a Moisés:

Ali sobre a tampa entre os dois querubins que há na arca do Testemunho, encontrarei-me contigo e darei-te todas as minhas ordens para os israelitas.

Dentro da caixa estavam guardadas algumas das relíquias mais sagradas para os judeus, incluindo os restos das tábuas de pedra originais com os dez mandamentos.

Após os israelitas ficarem definitivamente na sua terra prometida, o rei Davi preparou-se para construir um templo permanente para Deus em Jerusalém. Enquanto a arca era transportada ao seu novo local, aconteceu um incidente que mostrou que as instruções de Deus sobre a arca não deviam ser tomadas como brincadeira.

Segundo a Bíblia, a arca só devia ser transportada pelos levitas (um grupo de hebreus que só se dedicavam a trabalhar no templo) e usando os paus. No canto, o rei David a trouxe a Jerusalém em um carro conduzido por um boi. E segundo diz o primeiro livro das Crônicas na Bíblia:

Quando chegaram ao campo de trilhado de Kidon, Uzzah (o que conduzia o carro) sacou a mão para evitar que a arca caísse, porque o boi tropeçara. A ira do Senhor dirigiu-se contra Uzzah, e queimou-lhe porque pusera a sua mão sobre a arca. Assim que morreu ali perante Deus.

Ainda que manejar mal a arca fosse perigoso, também semeava ser o ponto focal de muitos milagres que ajudaram os israelitas em tempos de necessidade. Em Josué 4 a Bíblia diz que quando os sacerdotes que levavam a arca entraram no rio Jordão, de contado deixou de fluir, permitindo aos israelitas cruzar sobre terra seca. E também quando a arca era levada às batalhas sob as ordens de Deus, os israelitas ganhavam.

Onde foi?
O que aconteceu a este incrivelmente importante objeto histórico, seria mesmo sobrenatural? Ninguém o sabe com certeza.
Atualmente a Cúpula da Rocha está no monte do templo onde esteve alguma vez o templo de Salomão, o que continha a Arca.

O filho do rei Davi, o rei Salomão, instalou a arca no primeiro templo ao redor do ano 1000 antes de Cristo. Provavelmente ficou ali no sanctasanctórum durante muitos anos. Em 586 a.C. a cidade foi atacada pelo imperador babilônio Nabuconodosor II, quem saqueou a cidade e destruiu o templo. Muitos dos objetos sagrados que usaram no templo foram roubados com a guerra. Ainda que a lista de objetos colhidos por Nabuconodosor seja grande, não inclui a arca. Isto leva muitos peritos na Bíblia a sugerir que a arca deve ter sido retirada do templo antes do ataque. Sugere-se que foi levada a um lugar secreto pelos sacerdotes que temiam que Nabuconodosor tivesse êxito na batalha.

Se foi deslocada antes da invasão babilônia, onde foi posta? Alguns especulam que a famosa caixa nunca deixou a cidade. O monte do templo, que ainda está em Jerusalém hoje, está cheio de túneis e covas, segundo muitos afirmam. Poderia estar em alguma cova existente debaixo do antigo lugar do templo?

Alguns grupos ultrafundamentalistas judeus esperam que algum dia o monte do templo, atualmente ocupado por estruturas muçulmanas, seja o lugar onde situar o terceiro templo, onde colocar a arca reencontrada. A cúpula da rocha é um templo muçulmano, um edifício que protege a grande rocha que foi seguramente o lugar onde estava o sanctasanctórum nos antigos templos judeus (um perito chegou mesmo a localizar uma impressão retangular na rocha onde acredita que estava situada a arca) e está situado exatamente no local onde os judeus querem erigir o terceiro templo. Isto leva às fricções entre os grupos radicais judeus e as autoridades muçulmanas encarregadas de dirigir atualmente o monte.

Em 1982 levou-se a cabo uma escavação secreta nas beiras do monte dirigida pelo rabino fundamentalista Yehuda Meir Getz. A escavação era ilegal e especulou-se que o que procuravam era a arca da aliança, mas a escavação acabou subitamente quando os árabes escutaram o barulho que faziam as máquinas debaixo de seus pés, concretamente dizem que através de uma cisterna. Ainda que Getz estivesse convencido de que a Arca estava em uma câmara secreta a uns poucos metros do lugar onde chegou cavando, é muito improvável que os muçulmanos permitam continuar fazendo mais escavações no futuro mais próximo.

Uma arca elétrica?
Se não sabemos onde está a arca, podemos saber ao menos algo sobre os seus poderes? Em 1999 o escritor Richard Andrews, em um artigo publicado no jornal Daily Mail, especulou que o arca funcionava como um acumulador gigantesco que poderia acumular uma carga elétrica enquanto viajava pelo deserto, do mesmo jeito no que um vagão de trem vai se carregando de eletricidade estática enquanto é conduzido em um dia quente. Andrews argumentava que se a Arca desenvolvia uma carga poderosa, isto poderia explicar por que as pessoas que a tocavam morriam de contato através de um raio.

"Se os israelitas puseram-se a construir um acumulador primitivo, dificilmente poderiam ter escolhido um desenho melhor que o da Arca", dizia Andrews no seu artigo. Mais tarde, Andrews construiu um modelo da Arca, e quando foi posto à prova, acumulou uma carga.

Ainda que a teoria de Andrews seja interessante, não explica realmente nenhum dos outros milagres atribuídos à Arca. Para eles, a única explicação seria a intervenção divina.

No entanto, muitos peritos duvidam que a Arca poderia estar ainda dentro do monte do templo. O rei Herodes reconstruiu e reformou a maior parte do monte no primeiro século depois de Cristo e se a Arca estivesse lá de certo que a encontrariam e a colocariam de novo no templo.

Outros sugerem que a Arca foi retirada da cidade antes que os babilônios a conquistassem e que foi escondida no campo. Alguns textos antigos sugerem que esta localização poderia estar na beira leste do rio Jordão, perto do monte bíblico de Nebo. Para alguns estudiosos é mais provável que a Arca fosse escondida na beira oeste do Jordão, e se localizaria em alguma das covas do Mar Morto, onde foram encontrados os famosos manuscritos. Mas ainda que todas essas sejam possibilidades intrigantes, sabemos pelo relato bíblico sobre o sítio de Jerusalém por Nabuconodosor que nada entrou nem saiu de Jerusalém durante 18 meses e que as pessoas morreram de fome dentro. É improvável que os hebreus tenham conseguido retirar a Arca durante esse período. Se a Arca estava no interior da cidade quando começou o sítio, lá é quase certo que também estava quando ele acabou. Poderia a Arca deixar a cidade antes do sítio?

A conexão etíope
Em 1992 um livro intitulado The Sign and the Seal: The Quest for the Lost Ark of the Covenant, de um tal Graham Hancock, jornalista inglês, avança uma teoria distinta sobre o que aconteceu à Arca. No livro Hancock explora histórias da Etiópia que sugerem que a Arca foi levada para lá na Antigüidade. Ainda que haja muitas variações do conto, a história sugere que a Arca foi transportada à Etiopía por um homem chamado Menelik. Segundo a tradição etíope, Menelik foi o filho do rei Salomão e a rainha de Sabá. Nesta tradição, Etiópia é a antiga Sabá, ainda que a maioria dos estudiosos hoje em dia identifiquem essa terra coma o moderno Iêmen.

Menelik, dizem as crônicas reais etíopes, teve boa conta da Arca para mantê-la segura. À medida que foram passando os séculos, foi-se mudando de lugar em lugar, mas agora, sugere Hancock, poderia estar repousando na vila de Axum, na capela de Santa Maria de Sião. Nesse lugar há uma pequena capela santuário, de 40 pés quadrados, onde supostamente está a Arca. Hancock visitou o lugar em 1991 e encontrou-se com um homem chamado Abade Welde Giorgis, descrito como "o gardião da Arca". A missão de Giorgis é uma grande honra, mas limita a sua vida social, porque não se lhe permite deixar o recinto do santuário enquanto dure a sua missão na vida.

Giorgis indicou a Hancock que a Arca estava ali, mas seguindo as tradições da igreja, a Hancock não se lhe permitiria vê-la, nem a Giorgis descrevê-la. Outros jornalistas e escritores que visitaram o lugar obtiveram respostas semelhantes às suas perguntas. Assim que se a Arca repousa em Axum, não há nenhuma prova que dê fé disto.


Bibliografia:
Redemption Ark, por Alastair Reynolds
Inside Noah's Ark, por Charles Reasoner
Puppies in the Pantry, por Ben M. Baglio
On Noah's Ark, por Jan Brett
Lost Secrets of the Sacred Ark, por Laurence Gardner

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Os Experimentos mais bizarros da História II




A cabeça de um cachorro

O que pode ser mais terrível que criar um cachorro de duas cabeças? Que tal manter a cabeça de um cachorro viva SEM o seu corpo?

Desde a Revolução Francesa, quando a guilhotina enviou milhares de cabeças rolando para cestas, cientistas se perguntam se seria possível manter uma cabeça viva sem o corpo, mas foi só em 1920 que alguém conseguiu uma resposta.

O médico soviético Sergei Brukhonenko criou uma máquina primitiva que exercia as funções do coração e do pulmão à qual ele batizou de “autojetor”. Com o auxílio do aparelho ele conseguiu manter viva a cabeça de um cachorro.

Brukhonenko exibiu uma cabeça viva de cachorro em 1928 diante de uma audiência de cientistas internacionais no Terceiro Congresso de Fisiologistas da URSS.

Para provar que a cabeça sobre a mesa realmente estava viva ele a fez reagir a estímulos. Brukhonenko bateu com uma marreta na mesa, e a cabeça hesitou. Lançou luz em seus olhos, que piscaram. O médico chegou ao ponto de alimentá-la com um pedaço de queijo, que imediatamente caiu pelo tubo esofagueal do outro lado.

A cabeça de cachorro foi assunto de discussões em toda a Europa e inspirou o dramaturgo George Bernard Shaw a dizer “Estou tentado a ter minha própria cabeça cortada de forma que eu possa continuar a ditar peças e livros sem ser importunado por doenças, sem ter que me preocupar em me vestir e comer, tendo como única ocupação a criação de obras primas das artes dramáticas e da literatura”.

Leia mais:

Uma Breve História das Cabeças de Cachorro Decepadas

Filme que mostra a cabeça mantida viva sem o corpo

Os Experimentos mais Bizarros da História I


Olá galera!
Bom vou começar hoje a postar sobre os 20 experimentos mais bizarros que já fizeram, vou postar em partes.

Boa leitura...

1 - Elefantes e LSD


O que acontece se você der LSD a um elefante? Numa sexta-feira, dia 3 de agosto de 1962, um grupo de pesquisadores de Oklahoma decidiu descobrir.

Warren Thomas, diretor do zoológico municipal, aplicou 297 miligramas de LSD em Tusko, o elefante. Dois outros cientistas, Louis Jolyon West e Chester M. Pierce, da faculdade de medicina da Universidade de Oklahoma, o acompanhavam.

A dose usada corresponde a 3 mil vezes a dose típica utilizada em seres humanos. É a maior dose de LSD jamais administrada a um ser vivo.

Posteriormente os cientistas explicaram que a experiência foi planejada para descobrir se o LSD induziria o elefante ao estado de musth (um frenesi temporário que alguns machos às vezes experimentam durante o qual se tornam extremamente agressivos e secretam uma substancia de odor desagradável pelas glândulas temporais). Alguns críticos, no entanto, alegam que não passou do desejo de satisfazer uma curiosidade doentia.

Seja lá qual foi a razão do experimento, ele não saiu como planejado. Tusko reagiu como se tivesse sido picado por uma abelha. Trombeteou por seu cercado por alguns minutos e então caiu de pernas para o ar. Horrorizados, os pesquisadores tentaram revivê-lo, mas cerca de uma hora depois o elefante estava morto. Os três cientistas concluíram constrangidos “Parece que elefantes são altamente sensíveis aos efeitos do LSD”.

Nos anos que se seguiram houve controvérsia acerca da causa da morte do animal. Alguns alegavam que não foi o LSD o causador do óbito, mas sim as drogas utilizadas para tentar reanimá-lo. Então, vinte anos depois, Ronald Siegel, da Universidade de Los Angeles, decidiu dar fim ao debate administrando a mesma dose de LSD a dois outros elefantes.

Ao invés de injetar o LSD, Siegel misturou a droga na água. Quando administrado dessa forma o LSD parece não ser fatal aos animais. Os elefantes não só sobreviveram como permaneceram calmos. Ficaram vagarosos, balançando para frente e para trás e emitiram ruídos estranhos parecidos com chios e trinados, mas em algumas horas já estavam de volta ao normal.

Entretanto, Siegel observou que a dosagem que Tusko recebeu pode ter excedido o limiar de toxicidade, de forma a ser impossível precisar a causa da sua morte.

A polêmica continua.

Leia tambem:

Amanhã mais experimentos!!!

Caso Roswell

As manchetes eram escandalosas: "A RAAF captura um disco voador em um rancho de Roswell", "O Exército declara que encontrou um disco voador", "O Exército encontra um disco voador em um rancho do Novo México". Em 08 de julho de 1947, o porta-voz da base das Forças Aéreas norte-americanas em Roswell (Roswell Army Air Field, RAAF) havia divulgado a notícia mais importante do século.

A notícia foi divulgada ao meio-dia, hora do Novo México. Porém, devido aos diferentes fusos horários nos EUA, a notícia chegou tarde na maioria dos jornais matinais, apenas aparecendo em algumas edições vespertinas. A nota da imprensa inicial foi divulgada pela base aérea, e tanto a delegacia como os jornais locais, foram assediados por uma ansiosa opinião pública. Rapidamente, em meio a tanta expectativa, o Exército mudou sua versão: não era um OVNI e sim apenas um balão meteorológico.

As manchetes do dia seguinte davam por encerrada a história: "A notícia sobre os discos voadores perde o interesse. O disco do Novo México é apenas um balão meteorológico". Ainda por alguns dias, apareceram imagens dos supostos destroços em muitos jornais, mas durante os trinta anos seguintes nunca mais tornou-se a falar sobre o incidente.

A história do disco acidentado teria permanecido no esquecimento se não fosse por uma conversação casual entre o físico nuclear Stanton Friedman e o diretor de uma televisão da Louisiana. Em 1978, enquanto esperava ser entrevistado sobre seus trabalhos sobre OVNIs, Friedman começou a conversar com o diretor da emissora, que lhe disse que deveria falar com um homem chamado Jesse Marcel. "Quando esteve no Exército, Marcel chegou a tocar em fragmentos de um desses discos voadores. Atualmente vive em Houma, Lousiana".

No dia seguinte, Friedman entrou em contato com Jesse Marcel, oficial de informação da RAAF na época em que ocorreu o suposto acidente, nas proximidades de Corona, a 120 quilômetros de Roswell. Marcel disse que ele recebeu a ordem de recolher os destroços e entregá-los em Wright Field (Ohio), onde o Exército armazenava material capturado do inimigo. Marcel não lembrava as datas exatas. Enquanto isto ocorria, o porta-voz, Walter Haut, anunciava oficialmente a notícia que seria desmentida nesse mesmo dia, afirmando de que se tratava apenas de um balão meteorológico.

O ufólogo William Moore, colaborador de Friedman, obteve o depoimento de uma testemunha que dava um marco temporal aos acontecimentos. No primeiro número de "Flying Saucer Review", a apresentadora de televisão Highie Green declarava que, nas proximidades da Filadélfia, escutou no rádio de seu carro que o Exército havia encontrado um OVNI. Procurou averiguar algo mais sobre o caso, porém não o conseguiu. Mesmo que não fosse muito, tinha uma data: finais de junho ou princípio de julho de 1947.

Moore encontrou jornais do dia 08 de julho de 1947 que cobriam o acontecimento de Corona-Roswell. Nos artigos apareciam as datas e os nomes do fazendeiro, do delegado e do pessoal da RAAF. Friedman e Moore entrevistaram 62 pessoas relacionadas com o acontecimento, entre elas: Bill Brazel (filho do fazendeiro que encontrou os destroços); alguns vizinhos, como Loretta Proctor, que inclusive haviam recolhido peças; e o filho de Jesse Marcel. Haut, o porta-voz que havia revelado a história, ainda vivia em Roswell, e graças à sua agenda, foi possível localizar outras testemunhas e obter detalhes do acontecimento.

Em 1986, Friedman e Moore já tinham entrevistado 92 pessoas e publicado seis artigos. Friedman convenceu os produtores de "Mistérios Não Solucionados" da importância de se transmitir uma reportagem sobre Roswell em seu programa na NBC-TV. Em agosto de 1989, enquanto filmavam em Roswell, Friedman conheceu Glenn Dennis, um amigo empregado da Funerária Ballard, que prestava à base aérea. Pela primeira vez, Glenn mencionou os fatos estranhos que ocorreram no hospital da base, no verão de 1947. Não só foi consultado sobre a forma de tratar "corpos pequenos", como também foi expulso pela segurança do hospital na sua visita seguinte.

Foram achados corpos de extraterrestres no local do acidente? Dennis acredita que sim. Segundo diz, conheceu uma enfermeira da base que comentou que dois médicos haviam realizado a autópsia de alguns cadáveres "muito fétidos". Segundo Dennis, esses corpos tinham a pele cinza-amarronzada, cabeças grandes, cavidades e orifícios que seriam o nariz, orelhas e boca, quatro dedos finos sem polegares e sem pelos no corpo. Depois de vários encontros com Dennis, a enfermeira desapareceu. Aparentemente foi transferida para a Grã-Bretanha, mas quando tentou entrar em contato com ela, suas cartas foram devolvidas com o carimbo “Falecida”.

A transmissão de "Mistérios Não Solucionados", em setembro de 1989, foi um sucesso. Foi assistida por 28 milhões de pessoas nos EUA. Surgiram em seguida, toneladas de livros, programas de TV e ataques de difamadores. Então, os pesquisadores dividiram-se em duas facções, embora ambas concordassem que um OVNI havia se estilhaçado no rancho Foster. Uma das facções, à qual Friedman pertencia, acreditava que havia ocorrido um segundo acidente, em San Agustín (Novo México).

A teoria de um segundo acidente se baseia, sobretudo, nos depoimentos das testemunhas mais importantes. A primeira testemunha, Gerald Anderson, entrou em contato com Friedman depois de assistir em 1990 a reprise do documentário "Mistérios Não Solucionados". Naquela época, a outra testemunha, Grady Barnett, havia relatado a sua história para dois amigos que posteriormente a informaram para Friedman.

As duas testemunhas contaram quase a mesma história: a descoberta dos corpos de extraterrestres no mesmo local do disco acidentado. Segundo Anderson, um dos alienígenas sobrevivera à aterrissagem forçada. Entretanto, Barnett havia falecido e a história de Anderson não pôde ser averiguada. Muitos ufólogos não deixam de acreditar no acidente de San Agustín. Os acontecimentos de Corona possuem uma maior credibilidade. Na obra de Friedman, "Crash At Corona", escrita com a colaboração de Don Berliner e publicada em 1992, são resolvidas algumas das incógnitas da história.

A história do acidente de Roswell começou em 02 de julho de 1947, quando Mac Brazel escutou uma forte explosão em plena tempestade. Na manhã seguinte, Brazel, o administrador do rancho Foster, situado entre Roswell e a cidade de Corona, saiu para inspecionar uma bomba de água. No caminho descobriu uma área de um quilômetro repleta de destroços de um material estranho que parecia ter vida própria.

Também haviam pedaços do que, mais tarde, foi chamado de "vigas em I", que estavam marcadas com estranhos símbolos de cor azul lavanda. Essas vigas eram tão leves quanto uma madeira balsa e não quebravam nem queimavam.

No dia 06 de julho, Brazel retornou ao mesmo lugar, carregou o máximo que pôde dos destroços em sua velha camionete e os entregou ao delegado de Roswell que, por sua vez, os mostrou ao comandante Marcel. Este examinou os destroços e comentou que eram feitos de um material muito estranho e completamente diferente de tudo o que já havia visto. Como porta-voz da única unidade de bombardeio atômico do mundo, o parecer de Marcel merecia alguma credibilidade. O chefe da base de Roswell, William Blanchard, designou Marcel e Sheridan W. Cavitt, um oficial de contra-espionagem, para acompanharem o fazendeiro até o local do acidente e que recolhessem os destroços.

Em seu livro "Crash At Corona", Friedman inclui o depoimento de Marcel: "Os destroços estavam espalhado por uma superfície enorme. Não eram destroços de algo que pudesse ter se estilhaçado ou explodido ao se chocar no solo. Eram destroços de algo que explodiu enquanto voava em alta velocidade (...). Minha opinião como especialista em aviação, é que aquilo não se tratava de um balão meteorológico, nem de um avião, nem de um míssil". Os dois homens carregavam em seus veículos todos os pedaços que puderam, deixando no local uma grande quantidade de destroços. Na viagem de regresso a Roswell, Marcel parou em casa para mostrar alguns destes destroços para sua esposa e seu filho.

Na manhã seguinte, o coronel Blanchard ordenou que a área fosse isolada. Enviou um grupo de soldados e policiais militares ao rancho, e foi iniciada uma busca minuciosa por toda a área. De volta a Roswell, o porta-voz, tenente Haut, anunciou a captura de um disco voador. A notícia foi divulgada pela rádio local e apareceu nas edições vespertinas dos jornais da região.

Enquanto isso, o comandante Marcel recebeu a ordem de enviar os destroços do suposto disco voador em um avião B-29 e levá-los para Wright Field (atual base de Wright-Patterson), em Ohio, fazendo uma escala no quartel general da 8ª Força Aérea, no Fort Worth (Texas). Entretanto, em Washington, o chefe do Comando Aéreo Estratégico havia recebido a notícia do caso e entrara em contato com o chefe do Estado Maior de Fort Worth, a quem encarregou que inventasse uma história alternativa e que deixasse a gestão do incidente nas mãos do general Roger Ramey, o chefe desta base.

Quando Marcel aterrissou em Fort Worth, Ramey lhe disse que não era para comentar nada, pois ele mesmo estava cuidando do assunto. Irving Newton, o meteorologista da base, levou ao lugar dos acontecimentos alguns pedaços de um balão meteorológico e de um refletor de radar, feito de folha de alumínio e varas de madeira. Marcel tirou fotografias ao lado destes falsos destroços e disse à imprensa que tratava-se de um engano, que não era um disco voador, e sim um refletor de radar.

A nova versão da história foi transmitida às 17 horas, muito tarde para os jornais, exceto para a última edição do "Los Angeles Herald Express". A manchete dizia "O general acredita que tratam-se de fragmentos de um radar meteorológico".

A limpeza do rancho Foster e dos arredores durou uma semana, durante a qual Marcel foi proibido de falar com qualquer pessoa. A busca dos destroços foi ampliada e, dois dias mais tarde, foi encontrado o principal elemento do disco voador há apenas 1.600 metros deste, e os cadáveres de alguns supostos extraterrestres.

Em 1990, Stanton Friedman entrevistou um fotógrafo militar (identificado apenas como FB), que declarou ter visto alguns corpos em um campo próximo de Corona. FB estava designado para a base aeronáutica de Anacostia (Washington, DC), quando ele e outro fotógrafo receberam a ordem de ir para Roswell. Em Roswell, os dois homens foram conduzidos para uma tenda montada no campo e foi dito que fotografassem seu interior. "Vi quatro corpos", afirmou TB. As cabeças eram desproporcionais em relação ao corpo, parecendo ser muito maiores.

Em 1994, Steven Schifft, congressista pelo Novo México, pediu à GAO (General Accounting Office - a auditoria federal) que buscasse a documentação referente ao Caso Roswell. Quando a USAF recebeu a petição da GAO, publicou rapidamente um relatório de 25 páginas. Nele admitia que havia mentindo sobre a história do balão meteorológico, quando declarou que o OVNI acidentado era um balão Mogol altamente secreto, projetado para detectar testes nucleares soviéticos. Quando, em 1995, foi publicado o relatório da GAO, soube-se que vários arquivos da época do acidente haviam sido destruídos. Posteriormente, a USAF publicou "O Relatório Roswell: a verdade diante da ficção no deserto do Novo México", uma versão atualizada de seu primeiro relatório, sem mencionar nenhum dos arquivos.

O Caso Roswell continua aberto e, com o passar do tempo, novos detalhes vão sendo adicionados ou corrigidos conforme o aprofundamento das investigações, incluindo novos depoimentos de outras testemunhas diretas e indiretas. Esse Caso é considerado o número um da casuística ufológica mundial.

Fontes::

http:/www.cubbrasil.net

www.ufo.com.br

pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Roswell


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sagan sobre a viagem no tempo


Carl Sagan, o astrônomo, autor premiado com um Pulitzer e popularizador legendário da ciência, deu esta entrevista durante o making of de "Time Travel". De acordo com seus títulos, ele discute aspectos enigmáticos da área -- de como definir o tempo a como seria o interior de um buraco de minhoca -- com talento e uma dose refrescante de humor. Sagan era professor de Astronomia e Ciências do Espaço da David Duncan e diretor do Laboratório para Estudos Planetários na Universidade de Cornell quando morreu em 1996.

NOVA: Comecemos com o X da questão. Para você o que é o tempo?

Sagan: Desde Santo Agostinho, as pessoas têm lutado com a questão, e há todos os tipos de coisas que o tempo não é. Não é o fluxo de algo, porque se fosse ele flui pelo quê? Nós usamos o tempo para medir o fluxo. Como nós poderíamos usar tempo para medir tempo? Nós estamos presos nele, cada um de nós viaja para o futuro, um ano, todos os anos. Nenhum de nós a qualquer precisão significante faz diferente. Se nós pudéssemos viajar perto da velocidade da luz, então nós poderíamos viajar mais adiante no futuro em uma determinada quantidade de tempo. É um desses conceitos que são profundamente resistentes a uma definição simples.

NOVA: Você acha que a viagem ao passado será algum dia possível?

Sagan: Tais perguntas são puramente uma questão de evidência, e se a evidência for inconsistente ou insuficiente, então nós suspendemos nosso julgamento até que haja melhor evidência. Agora mesmo nós estamos em um desses momentos clássicos, maravilhosamente evocativos na ciência quando nós não sabemos, quando há aqueles em ambos os lados do debate, e quando o que está em jogo é muito mistificador e profundo.

Se nós pudéssemos viajar ao passado, é tantalizante o que seria possível. Em primeiro lugar, a História se tornaria uma ciência experimental, o que certamente não é hoje. Os insights possíveis sobre nosso próprio passado, natureza e origens seriam fascinantes. Por outro lado, nós estaríamos enfrentando os profundos paradoxos de interferir com o esquema de causalidade que conduziu ao nosso próprio tempo e a nós mesmos. Eu não tenho idéia se é possível, mas certamente vale a pena explorar o assunto.

NOVA: Você gostaria que fosse possível?

Sagan: Eu tenho sentimentos ambíguos. O explorador e experimentalista em mim gostaria muito que fosse possível. Mas a idéia de que ir ao passado poderia me fazer desaparecer de forma que eu nunca tivesse vivido é um pouco inquietante.

NOVA: Sobre isso, você pode descrever o "paradoxo do avô"?

Sagan: O paradoxo de avô é uma inconsistência aparente muito simples, baseada na ficção científica e que está no coração da idéia de viagem no tempo ao passado. Muito simplesmente é que você viaja ao passado e assassina seu próprio avô antes dele conceber sua mãe ou seu pai, e onde isso o deixa então? Você some imediatamente de existência porque você nunca nasceu? Ou você está em um esquema de causalidade novo no qual, já que você está lá, e os eventos no futuro que conduzem à sua vida adulta são agora muito diferentes? O coração do paradoxo é a existência aparente de você, o assassino de seu próprio avô, quando o próprio ato de você assassinar seu próprio avô elimina a possibilidade de que você venha a existir.

Entre as soluções sugeridas está a que você não pode assassinar seu avô. Você atira nele, mas no momento crítico ele se agacha para amarrar o cadarço do sapato, ou a arma engasga, ou de alguma maneira a natureza conspira para prevenir o ato que interrompe o esquema de causalidade que conduz à sua própria existência.

NOVA: Você acha fácil acreditar que o mundo poderia funcionar desse modo -- quer dizer, auto-consistente -- ou você pensa que é mais provável que existam universos paralelos?

Sagan: Ainda é um ideal um pouco herético sugerir que toda interferência em um evento no passado leva a uma encruzilhada, um tronco na causalidade. Você tem dois universos igualmente válidos: um, o que todos nós conhecemos e amamos, e outro, que é criado pelo ato da viagem no tempo. Eu sei que a idéia do universo tendo que criar uma causalidade auto-consistente é atrativa a muitos físicos, mas eu não acho o argumento para isto muito convincente. Eu acho que inconsistências podem muito bem ser consistentes com o universo.

NOVA: Como um físico, o que você acha da conjectura de proteção cronológica de Stephen Hawking [a qual postula que as leis físicas não permitem máquinas do tempo]?

Sagan: Houve algumas experiências imaginárias nas quais, justo no momento em que a máquina do tempo é posta para funcionar, o universo conspira para destruí-la, o que levou Hawking e outros a concluir que a natureza conspirará de forma que a viagem no tempo nunca ocorra de fato. Mas ninguém na verdade sabe se este é o caso, e isso não pode ser sabido até que nós tenhamos uma teoria completa da gravidade quântica, que nós não parecemos estar prestes a inventar.

Um dos argumentos de Hawking na conjectura é que nós não somos varridos por milhares de viajantes no tempo do futuro, e portanto a viagem no tempo é impossível. Eu acho este argumento muito duvidoso, e me faz lembrar muito do argumento de que não pode haver inteligências em outro lugar no espaço, porque caso contrário a Terra seria varrida por aliens. Eu posso pensar em meia dúzia de modos pelos quais nós podemos não ser varridos por viajantes do tempo, e ainda assim a viagem no tempo ser possível.

NOVA: Tais como?

Sagan: Em primeiro lugar, pode ser que você possa construir uma máquina do tempo para ir ao futuro, mas não ao passado, e nós não sabemos disto porque nós ainda não inventamos tal máquina do tempo. Em segundo lugar, poderia ser que a viagem no tempo ao passado é possível, mas eles ainda não chegaram ao nosso tempo, eles estariam muito distantes no futuro e quanto mais você regride no tempo, mais dispendioso seria. Em terceiro lugar, talvez a viagem no tempo ao passado seja possível, mas só até o momento em que viagem no tempo é inventada. Nós ainda não a inventamos, assim eles não podem vir a nós. Eles podem ir tão ao passado quanto fosse, digamos ao ano 2300, mas não além disso.

Então há a possibilidade de que eles já estão aqui, mas nós não os vemos. Eles têm sistemas de invisibilidade perfeita ou algo assim. Se eles têm tal tecnologia altamente desenvolvida, então por que não? Então há a possibilidade de que eles estão aqui e nós os vemos, mas nós os chamamos de qualquer outra coisa -- OVNIs ou fantasmas ou duendes ou fadas ou algo assim. Finalmente, há a possibilidade de que a viagem no tempo é perfeitamente possível, mas requer um grande avanço em nossa tecnologia, e a civilização humana se destruirá antes que viajantes do tempo a inventem.

Eu estou seguro de que há outras possibilidades também, mas se você apenas pensar nessa gama de possibilidades, eu não acho que o fato de que nós não estamos sendo obviamente visitados por viajantes do tempo mostre que a viagem no tempo é impossível.

NOVA: Como a velocidade da luz está conectada à viagem no tempo?

Sagan: Uma conseqüência profunda da teoria da relatividade especial de Einstein é que nenhum objeto material pode viajar tão rápido quanto a luz. É proibido. Há uma mandamento: Tu não viajarás à velocidade da luz, e não há nada que nós possamos fazer para viajar tão rápido.

A razão para que isto esteja conectado com a viagem no tempo é porque outra conseqüência da relatividade especial é que o tempo, como medido por um viajante espacial em aceleração, diminui sua velocidade comparado ao tempo medido por um amigo deixado em casa na Terra. Isto às vezes é descrito como o "paradoxo dos gêmeos": dois gêmeos idênticos, um dos quais parte em uma viagem próxima da velocidade de luz, e outro fica em casa. Quando o gêmeo viajante espacial volta para casa, ele ou ela envelheceu só um pouco, enquanto o gêmeo que permaneceu em casa envelheceu ao passo normal. Assim nós temos dois gêmeos idênticos que podem estar separados décadas em idade. Ou talvez o gêmeo viajante retorna em um futuro distante, se vai próximo o bastante da velocidade da luz, e todo o mundo que ele conhece, todo o mundo de que ele ouviu já morreu, e é uma civilização muito diferente.

É uma idéia intrigante, e sublinha o fato de que a viagem no tempo para o indefinido futuro é consistente com as leis da natureza. É só a viagem ao passado que é fonte para debate e as sensações de formigamento nas quais os físicos e leitores de ficção-científica se encantam.

NOVA: Em seu livro 'Contato', o personagem principal Eleanor Arroway viaja através de um buraco de minhoca. Você pode descrever um buraco de minhoca?

Sagan: Imaginemos que vivemos em um espaço bidimensional. Nós desejamos ir do ponto A ao ponto B. Mas A e B estão tão distantes que à velocidade luz levaria mais tempo que uma ou duas gerações para chegar lá como medido no mundo A. Ao invés disso, você tem um tipo de túnel que passa por uma terceira dimensão de outra forma inacessível e conecta A e B. Você pode ir muito mais rápido pelo túnel, e assim você vai de A para B sem cobrir o espaço interveniente, o que é um tanto tantalizante mas consistente com as leis da natureza. E [o físico teórico] Kip Thorne achou que se nós imaginarmos uma civilização técnica indefinidamente avançada, tal buraco de minhoca é consistente com as leis físicas.


É muito diferente de dizer que nós nós mesmos poderíamos construir tal buraco de minhoca. Uma das idéias básicas de como fazer isto é que há buracos de minhoca fantasticamente diminutos que estão se formando e decaindo a todo o tempo no nível quântico, e a idéia é pegar um desses e mantê-lo permanentemente aberto. Nossos aceleradores de partícula de alta-energia não têm bastante energia para sequer descobrir o fenômeno nessa escala, muito menos para fazer qualquer coisa como manter um buraco de minhoca aberto. Mas parecia possível em princípio, assim eu reconfigurei o livro de forma que Eleanor Arroway atravessasse com sucesso o centro da galáxia por um buraco de minhoca.

NOVA: Como você acha que seria viajar por um buraco de minhoca?

Sagan: Ninguém realmente sabe, mas o que Thorne me ensinou é que digamos, por exemplo, que você esteja passando por um buraco de minhoca do ponto A ao ponto B. Suponha que o ponto B esteja em órbita ao redor de alguma estrela brilhante. No momento em que você estiver no buraco de minhoca, perto de seu local de origem A, você veria aquela estrela. E seria muito luminosa; não seria um ponto minúsculo ao longe. Por outro lado, se você olhar lateralmente, você não veria fora do buraco de minhoca, você estaria dentro dessa quarta dimensão física. Como as paredes do buraco de minhoca seriam é profundamente misterioso. E a possibilidade também foi levantada de que se você olhasse para trás no buraco de minhoca você veria o exato lugar no mundo A que você tinha deixado. E isso seria verdade mesmo que você emergisse do buraco de minhoca perto da estrela B. Você veria no espaço um tipo de esfera negra, na qual haveria uma imagem do lugar do qual você tinha partido na Terra, apenas flutuando na escuridão de espaço. Bem Alice no País das Maravilhas.

NOVA: Suas pesquisas sobre a viagem espacial para Contato acenderam uma direção totalmente nova na pesquisa sobre a viagem no tempo. Como isso lhe faz sentir?

Sagan: Eu acho maravilhoso, eu quero dizer literalmente maravilhoso, cheio de maravilha, que esta pesquisa inocente no contexto de escrever um romance de ficção científica tenha acendido um campo inteiro da física e dúzias de documentos científicos por alguns dos melhores físicos do mundo. Eu estou tão contente de ter feito este papel catalítico não apenas na viagem espacial rápida mas na idéia de viagem no tempo.

NOVA: Como você se sente em ser o responsável por trazer a viagem no tempo talvez um passo mais perto?

Sagan: Eu não sei que eu trouxe a viagem no tempo um passo mais perto. Se alguém o fez é Kip Thorne. Mas talvez o esforço conjunto de todos envolvidos neste debate tenha pelo menos aumentado a respeitabilidade da consideração séria da possibilidade de viagem no tempo. Como uma criança que era fascinada pela possibilidade de viagem no tempo nos romances de ficção científica de H.G. Wells, Robert Heinlein, e outros, estar envolvido de qualquer forma na possível realização da viagem no tempo -- bem, só traz alegria. Claro que nós realmente não estamos nessa fase; nós não sabemos se a viagem de tempo é sequer possível, e se for, nós certamente não desenvolvemos a máquina do tempo. Mas é um fato impressionante que nós chegamos agora a uma fase em nossa compreensão de natureza onde isto é até mesmo uma tênue possibilidade.



Bons textos on-line:
  • NOVA Time Travel - O website sobre o programa da PBS do qual esta entrevista foi traduzida. Há um glossário de termos usados e mesmo uma transcrição completa. A conferir. Em inglês.
  • Time Travel: There's no time like yesterday - do astrônomo Brian J. Mendéz, uma página repleta de informações sobre o tema escrita de forma excelente e fácil de ler. Em inglês.
  • Carl Sagan & Time Machines - uma matéria do Toronto Star, para saber mais sobre como Sagan ao escrever "Contato" influenciou Kip Thorne a desenvolver a idéia dos buracos de minhoca. Em inglês.
  • Everything you always wanted to know about Time Travel - Talvez o título da página seja um pouco exagerado, mas os artigos de John Gribbin reproduzidos são uma boa quantidade de informação. Principalmente o último no fim da página, que propõe que algo como o princípio da mínima ação solucionaria os paradoxos temporais e preservaria a causalidade. Uma idéia fascinante. Em inglês.
  • Página oficial de Stephen Hawking - Tem diversos textos para download, incluindo sobre o tempo e a distorção do espaço-tempo. Imperdível. Em inglês.